terça-feira, 26 de julho de 2011

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Surfe para Novo Nordisk

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O esporte une atividade física e contato com a natureza, ótimo para relaxar, é um excelente exercício cardiovascular.


O surfe é um esporte radical cuja proficiência é alcançada de acordo com a elevação do grau de dificuldade dos movimentos realizados em cima da prancha no mar. O surfista deve conseguir acompanhar o movimento da onda sobre a prancha em direção à praia.

Um pouco da história

A origem do esporte é incerta, mas relatos indicam que foi introduzido no Havaí pelo rei polinésio Tahito. No entanto, o navegador James Cook registrou ter encontrado surfistas no arquipélago durante sua viagem em1778. O esporte foi somente reconhecido mundialmente quando o havaiano Duke Paoa Kahanamoku, o pai do surfe moderno, ganhou medalha de ouro de natação nas Olimpíadas de 1912, em Estocolmo.

No Brasil, 'tábuas havaianas' trazidas por turistas deram início à sua prática. A primeira prancha brasileira foi construída seguindo indicações de uma revista americana em 1938. Em 1952, as ondas de Copacabana começaram a ser visitadas por pranchas de madeirite. E então, em 1964, as primeiras pranchas de fibra de vidro chegaram da Califórnia. A Federação Carioca de Surfe foi fundada em 1965 e organizou o primeiro campeonato em outubro do mesmo ano. No entanto, somente em 1988 o surfe foi reconhecido pelo Conselho Nacional de Desportos. A Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) é quem regulamenta e traça as diretrizes do esporte hoje. Os maiores surfistas do mundo disputam anualmente o Circuito Mundial de Surf.

Curiosidade: Eddie Aikau foi o maior big rider (surfista de ondas gigantes) de todos os tempos. Nascido em 4 de maio de 1946, em Maui, desapareceu em alto mar em 1978 enquanto remava na busca de ajuda para a tripulação que estava naufragando na travessia entre o Hawaii e Tahiti. Desde 1985, um campeonato é realizado em sua homenagem, o Quiksilver Eddie Aikau, quando surfistas do mundo inteiro esperam que as ondas gigantes aconteçam.

Principais características e benefícios

O surfe consiste em subir em uma onda e descê-la equilibrado em cima de uma prancha. Sua prática exige alguns conhecimentos prévios às posições para pegar onda. Deve-se saber observar o mar e reconhecer a localização da arrebentação das ondas, verificar a direção da água, conseguir informações sobre o vento.

Em cima da prancha, o surfista não deve ficar nem muito a frente da prancha, podendo afundar o bico, nem muito atrás, o que provocaria o contrário. A melhor posição depende de cada surfista.
Uma vez em cima da prancha, inicia-se o processo da remada até o fundo, momento em que o surfista vai aprendendo a entender melhor as variações de direção dentro da água, no mar. A base dada pela posição dos pés é fundamental para manter o equilíbrio na prancha. Treinar fora da água é um bom método para ganhar equilíbrio no mar.

Além de ser um exercício praticado em contato com a natureza, possibilitando relaxamento e consciência em relação ao meio ambiente, trabalha todos os grupos musculares, desenvolve equilíbrio e coordenação motora e é um excelente exercício cardiovascular.

Atividade altamente recomendada a partir dos cinco anos de idade para pessoas que saibam nadar e que tenham feito exames médicos para avaliar as condições físicas e cardiovasculares.

Dicas e cuidados
• O surfe exige um bom preparo físico de seus praticantes. Comece a praticá-lo somente após a avaliação do seu médico!
• O esporte exige que o surfista já saiba nadar.
• Use protetor solar.
• Conheça as condições do mar antes.
• Faça refeições leves antes e após a prática e beba bastante água.
• Use vestuário e acessórios adequados e confortáveis.
• Aquecimento e alongamento são imprescindíveis: eles evitam cãibras e preparam o corpo para o esforço mesmo debaixo da água.
• O surfe depende do tempo e de oportunidade para ser praticado. Dedique-se a outra atividade física para manter o condicionamento.
• Escolha da prancha é indispensável para o bom desempenho deste esporte. Recomenda-se aos iniciantes os modelos maiores, chamados de long boards.
• Fique atento a sinais como falta de ar, dores ou cansaço extremo. Se notar algum deles, pare a atividade e meça seus níveis glicêmicos. Se os problemas persistirem, procure seu médico.
Saiba mais
Associação Brasileira de Surf Profissional - http://www.abrasp.com.br
Associação dos Surfistas Profissionais - http://www.aspsouthamerica.com.br/
Consulte sempre o seu médico. É de fundamental importância certificar-se que você pode se exercitar sem riscos. Ele é o profissional adequado para orientá-lo quanto a melhor prática esportiva de acordo com seu perfil e objetivos de saúde.

Kung Fu para Novo Nordisk

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Wushu, em mandarim (arte da guerra), o termo Kuoshu (arte nacional) foi imposto pelo governo chinês para designar a arte marcial de forma mais nacionalista. No Brasil, Kung Fu pode significar "tempo e habilidade", "trabalho duro", conhecimento adquirido por meio de esforço ou competência na luta corporal.
Um pouco da história
Originário da China, o Kung Fu nasceu da necessidade dos antepassados de se defenderem de animais ferozes e ataques de inimigos. Por milênios, vem disciplinando seus praticantes acerca do respeito ao outro e ao conhecimento do próprio corpo.
Com mais de 300 estilos diferentes, são classificados em duas categorias: Waijia, escola externa, e Neijia, escola interna. A escola externa agrupa a maior parte dos estilos do Templo Shaolin, que ficou famoso por ter sido responsável pelas traduções dos manuscritos budistas para o chinês e foi o local onde o monge indiano Tamo ensinou movimentos para que os monges exercitassem o corpo e pudessem ter força após a transcrição para a meditação. Esses movimentos foram enriquecidos e, mais tarde, constituíram o Kung Fu. Nesta escola, os movimentos são direcionados ao desenvolvimento físico, marcial e, assim, são baseados nos animais, como o tigre, o louva a deus, a garça. A escola interna desenvolveu movimentos para o crescimento da energia interna, o Chi. Conhecida a partir do templo do Monte Wudang, que enfatizava estilos tradicionais, como o Tai Chi Chuan.
No kung fu há uso de algumas armas, como o bastão, a lança e a espada, que remete à evolução das técnicas em função de combates de guerra, que caíram em desuso com advento da arma de fogo, mas que ainda fazem parte da prática da arte marcial.
A arte marcial segue algumas correntes filosóficas. São elas: CHI - valoriza e trabalha em favor de firmar o caráter; HEI - propaga a ideia de desprendido de valores; JUNG - para o desenvolvimento de coragem e heroísmo; WAI – une os valores das demais filosofias.
Principais características e benefícios
A prática de kung fu é a harmonização do corpo físico e da mente, fortalecendo-os e aliviando ansiedades, estresse e tensões da vida diária. O esporte pode ser praticado por pessoas de todas as idades e sexos.
Seus principais benefícios são:
• Físicos: coordenação motora, força, resistência, flexibilidade, velocidade, ritmo, auxiliando no crescimento e ainda controle do aumento e diminuição do peso.
• Emocional e mental: proporciona segurança, tranquilidade e controle, desenvolvimento do raciocínio, maior atenção e concentração mental.
• Defesa Pessoal: oferece técnicas de defesas diversas.
Dicas e cuidados
É importante escolher academias capacitadas, com professores diplomados e certificados que te ofereçam o suporte de bons profissionais, além de acompanhamento médico para que suas aulas sejam melhor aproveitadas.
Saiba mais sobre o esporte

Federação Paulista de Kung Fu (FPKF) http://www.fpkf.com.br/

Consulte sempre o seu médico. É de fundamental importância certificar-se que você pode se exercitar sem riscos. Ele é o profissional adequado para orientá-lo quanto a melhor prática esportiva de acordo com seu perfil e objetivos de saúde.

Capoeira para Novo Nordisk

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Trazida ao Brasil pelos mesmos navios negreiros que desembarcavam escravos, oferecia também como parte da cultura dos que aqui chegavam a capoeira, ao mesmo tempo esporte, dança, luta, arte marcial, cultura popular e música. A palavra capoeira refere-se a muitos significados, um deles às áreas de mata rasteira do interior do país, além de indicar locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata.
Um pouco da história
Durante o período colonial, do século XVI ao XIX, a mão de obra utilizada era escrava por meio da exploração de homens e mulheres vindos da África, principalmente de Angola, também colônia portuguesa. Em terras brasileiras, os africanos desenvolveram técnicas de proteção contra a violência a que eram constantemente submetidos nos engenhos e, quando fugidos, pelos capitães do mato. Como a prática de luta era proibida pelos senhores, os escravos utilizaram os ritmos e os movimentos de danças que faziam parte de seu repertório e adaptaram-nos a um tipo de luta. Além de se preparem fisicamente para protegerem a si mesmos e aos seus, era uma forma de resistência cultural dos escravos brasileiros.
A capoeira era vista como uma dança violenta e subversiva e a polícia tinha orientação para prender aqueles que desobedecessem a proibição. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta ao presidente Getúlio Vargas, que gostou da arte e transformou a capoeira em esporte nacional brasileiro.
Principais características e benefícios
A capoeira possui três estilos, o mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira de Angola, com ritmo musical lento e golpes jogados mais baixos. O estilo regional com jogo rápido de movimentos ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos e sem acrobacias. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos.
O jogo de Angola é visto como não perigoso ou não elaborado, contudo ele se assemelha ao xadrez por sua complexidade. Seu domínio é complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo, mas sutileza, dissimulação ou mesmo brincadeira para superar o oponente. A Regional apresenta jogo mais rápido, acrobático e atlético. Há muitos saltos, acrobacias, chute em rotação, rasteiras, cabeçadas e movimentos perto do solo.
O esporte melhora o condicionamento físico muscular e cardiovascular, a coordenação motora e a percepção de tempo e espaço, além de força, elasticidade e equilíbrio. O gasto calórico em 1 hora e meia de aula é de aproximadamente 1.000 Kcal.
Dicas e cuidados
• O treinamento da capoeira é intenso, por isso o trabalho cardiovascular é muito importante para aguentar o ritmo da luta. Fazer caminhadas ou praticar corridas melhora o rendimento físico.
• Na capoeira não há equipamento de segurança. Os capoeiristas usam uma calça solta, camiseta confortável e jogam descalços.
• Alongar os músculos antes e após a prática da luta é importante para evitar distensões e dores musculares.
Saiba mais
• Portal Capoeira: www.portalcapoeira.com.br
Consulte sempre o seu médico. É de fundamental importância certificar-se que você pode se exercitar sem riscos. Ele é o profissional adequado para orientá-lo quanto a melhor prática esportiva de acordo com seu perfil e objetivos de saúde.

Boxe para Novo Nordisk


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Boxe
Esporte que exige disciplina tática, o boxe é considerado um jogo de xadrez no ringue. Sua prática é marcada por movimentação, reação, defesa, esquiva e ataque. Não há prioridade entre atacar e defender. Para obter sucesso, é preciso analisar o melhor momento para cada uma das alternativas. Um exemplo clássico é a luta entre Muhammad Ali e George Foreman, realizada em 1974, no Zaire, um espetáculo de técnica e tática. Ali passou grande parte da luta recebendo golpes de Foreman até cansá-lo para poder reagir e vencer a disputa.
Principais golpes de boxe: cruzado (aplicado na lateral da cabeça do adversário), jab (golpes preparatórios de baixo impacto e rápidos), direto (soco frontal) e upper (conhecido como gancho, de baixo para cima atingindo o queixo).

Um pouco da história
O primeiro registro de uma luta semelhante ao boxe se deu na Grécia e era uma das modalidades disputadas nas Olimpíadas da Antiguidade. Nele, os lutadores competiam usando faixas de couro nas mãos para proteger os dedos e lutavam até que um dos competidores caísse ou admitisse a derrota. O domínio romano sobre a região tornou o jogo mais violento, exigindo que os jogadores lutassem até que um dos dois morresse.
Na Inglaterra do século 17, a luta recebeu o nome de boxe (do inglês box - esmurrar) e, no século 19, regras para amenizar sua violência foram criadas pelo nobre inglês Marquês de Queensbury. É neste momento que se estabelece o ringue como espaço da luta, separando o público dos atletas pelas cordas, e o tempo de 3 minutos para cada assalto, com intervalo de 1 minuto entre eles. Curiosidade: Assalt em inglês não é assalto, mas uma nomeação de ataque, como quando uma tropa, por exemplo, vai atacar uma posição inimiga.
A primeira luta com luvas, divisão de pesos e limitação de rounds foi feita entre o norte-americano John Lawrence Sullivan, então campeão mundial de boxe sob as antigas regras, e James John Corbett, em 1892, nos EUA. Corbet venceu e manteve o título até 1897. O esporte entrou nos Jogos Olímpicos em 1904, em Saint Louis, somente com competidores americanos.
Boxeadores que fizeram história: Rocky Marciano, Muhammad Ali (Cassius Clay), Teofilo Stevenson, Joe Frazier, George Foreman, Lennox Lewis, Jeff Fenech, Sugar Ray Leonard Mike Tyson e Evander Holyfield.
No Brasil, o representante máximo do esporte foi Éder Jofre, único brasileiro campeão mundial em duas categorias - galo (1961) e pena (1973). Maguila foi campeão sul-americano e, em 1989, foi o segundo colocado no ranking do Conselho Mundial de Boxe (CMB). Acelino Popó Freitas tornou-se campeão mundial superpena pela Organização Mundial de Boxe ao vencer o russo Anatoly Alexandrov por nocaute em 1999.
Principais características e benefícios
O esporte melhora o condicionamento físico muscular e cardiovascular, a coordenação motora e a percepção de tempo e espaço. O gasto calórico em 1 hora e meia de aula é de aproximadamente 1.000 Kcal. O boxe oferece poucos riscos se praticado com as proteções para a boca, cabeça, mãos, genitais e seios. Tríceps, costas, bíceps e panturrilha são os principais grupos musculares trabalhados na prática do esporte.

Dicas e cuidados
• O treinamento do boxe é intenso, por isso o trabalho cardiovascular é muito importante para aguentar o ritmo da luta. Pular cordas e treinar socos segurando pesos ou com um saco de areia melhora o rendimento físico.
• Usar equipamentos de proteção são necessários para que você e seu parceiro de luta não se machuquem, além de melhora a performance do ritmo e movimentos.
• Ataduras são essenciais para proteger as mãos, pois seguram os ossos enquanto ocorrem os impactos dos socos.
• Para os dentes, cortes na boca e mandíbula, use protetor bucal.
• Há luvas de diversos formatos para objetivos distintos. As de foco aparador são ideais para o treino de socos e golpes. As pequenas, mais leves, dão velocidade ao movimento e técnica ao lutador. As luvas mais pesadas amortecem o impacto do soco.

Saiba mais
• Confederação Brasileira de Boxe: http://www.cbboxe.com.br/
• Federação Paulista de Pugilismo: http://www.fppugilismo.org.br

Consulte sempre o seu médico. É de fundamental importância certificar-se que você pode se exercitar sem riscos. Ele é o profissional adequado para orientá-lo quanto a melhor prática esportiva de acordo com seu perfil e objetivos de saúde.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

José Alencar

José Alencar foi vice-presidente do Brasil ao longo dos últimos 8 anos. Assumiu o posto em diversos momentos durante as constantes viagens de nosso RP supremo, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Mas nada disso realmente importa. José Alencar é um homem que merece uma homenagem maior do que somente pela obrigatoriedade em se falar de uma pessoa pública, um representante da história política do país. Este nosso José merece ser mais lembrado por não ter se deixado transformar em um homem-zumbi.

Explico.

Ao me preparar para entrevistar um cliente hoje, achei adequado levar uma base menos comercial e mais filosófica do negócio e escolhi o Foucault (na verdade um texto sobre um conceito foucaultiano, de Peter Pál Pelbart) por conta da proposta oferecida por meio dos produtos da empresa. O texto discorre sobre biopolítica - espaços nos quais se desenvolvem relações, lutas e produções de poder - e biopoder - aquele que investe suas tecnologias de controle sobre as redes de produção, afim de gestioná-las, absorvê-las e neutralizá-las.

Segundo o texto, 'Os mecanismos diversos pelos quais se exercem esses poderes são anônimos, esparramados, flexíveis. O próprio poder se tornou pósmoderno.' E mais para frente, 'o poder já não se exerce desde fora, desde cima, mas sim como que por dentro, ele pilota nossa vitalidade social de cabo a rabo. Já não estamos às voltas com um poder transcendente, ou mesmo com um poder apenas repressivo, trata-se de um poder imanente, trata-se de um poder produtivo.'

O poder sobre a vida, o biopoder, passa a não mais decidir barrar a vida, mas intensificá-la, otimizá-la. O poder se confunde com o corpo, com o que conhecemos de nós mesmo. O corpo dita as ordens que nos encarregamos de administrar. Nosso desejo já está capturado. Assim, há um esforço desmedido por prolongar o máximo que se pode a vida e acaba-se não a vivendo, não saboreamos, aproveitamos o que ela tem de melhor a nos oferecer. Tomamos café sem cafeína, cerveja sem álcool, sexo sem sexo, tudo em favor da preservação do corpo. E nos preservamos como uma potência de vida não realizada.

Ao longo da Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração os homens já à beira da morte, aqueles que já não tinham forças, que se arrastavam, que tinham desistido de viver eram chamados de muçulmanos sendo todos judeus, visto que esses demostram um desapego em relação à vida. Mas, se pensarmos, diz o autor do texto com minha concordância, os muçulmanos, no sentido de viver extremamente a vida (ou intensamente) a ponto de não temerem o fim dela são mais vivos do que nós, que prolongamos ao máximo a vida, mas já estamos todos mortos na verdade, por esvaziarmos seu sentido. E como diz Agamben, citado neste mesmo texto, o biopoder contemporâneo reduz a vida à sobrevida, esta biológica, produz sobreviventes.

Ao pensar em nosso José, encontramos não essa necessidade de sobrevivência, esse esvaziamento, mas o encontro de uma vida, como chamaria Deleuze, no sentido que libera uma centelha de vida, é uma suspensão, a potência encontrada nos casos extremos de início ou ao cabo dela. A vida que põe em xeque todas as 'divisões legadas pela tradição’.

José Alencar liberou uma centelha de vida ao longo de todo esse percurso doloroso para o espetáculo criado por sua doença, e nos afastamos para assistir e preservar nosso prolongamento em contraste com o fim que desejamos o mais distante possível de nós.

Esse texto me fez pensar muito nessa coisa de estarmos a morrer por não concretizarmos a potencialidade de viver. Ao prolongarmos a vida, no sentido que nos recusamos a viver para não nos machucarmos, recusamos a experiência da vida. Uma delas é a morte. A última delas. Thimothy Leary fez da sua um grande espetáculo. Ao descobrir que estava doente, no lugar de lamentar, ele deu uma festa por enfim poder viver a maior de todas as viagens. No caso do José, sua postura em relaçao à possibilidade da morte foi de agradecimento, de ter feito o que se propôs (a ele mesmo) e de tranquilidade, por mais doloroso que a morte possa vir a ser para quem a vive e para quem assiste de perto. Para mim, o comportamento diante dela, de seu fim, garante uma análise mais humana do que toda uma vida em microscópio, quando é nesse momento que nos sentimos finitos, impotentes, do nosso tamanho, e temos a chance de escolher sermos felizes ou tristes, não importa muito, com o que fizemos, mas sem o apego que causa pena e desconforto não só nos próximos e distantes, mas a si mesmo, mais do que qualquer coisa. O conforto de se despedir, a segurança desse let it be é, para mim, motivo de admiração.

A um homem que não temeu viver o momento da completudo de sua existência, um salve, a nós, que estamos a morrer lentamente todos os dias em escolhas mais benéficas para nosso corpo, um poema de Manuel Bandeira.

A Morte Absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cartões de Presente

Escrito para os pais dos recém-nascidos Julia e Pedro.

Parabéns!

Agora vocês são pais de duas doçuras, Pedro e Julia.

Pequenas partes de vocês, pedaços de seus sonhos, de seus planos, todo o seu futuro. Suas vidas são deles. Pedro é a representação de toda força em um pequeno menino. Julia a delicadeza de todas as vezes que falarem de amor. Os dois juntos formando as lágrimas em seus olhos, o sorriso em suas bocas, o espanto ao ver pessoas tão outras e tão suas.

Encantamento de uma vida inteira. O projeto que será reescrito e revisado a cada novo passo, a cada nova palavra descoberta. Um mundo de possibilidades multiplicado por dois, em duas maneiras de ver a vida, Pedro e Julia.

Esquecendo todas as convenções, jogando para o alto toda e qualquer expectativa, eles surpreenderão vocês, papai e mamãe. Ao chegarem da escola, ao voltarem da casa dos amiguinhos, ao inventarem uma surpresa. Com gravatas como presente no dia dos pais e flores para o dia das mães, acordarão seus domingos de todo o ano com a felicidade que só vocês podem conhecer. E, no caso de vocês, em dobro.

Parabéns pelo novo título de 5 letras – papai, mamãe. De hoje em diante, seus cargos mais importantes, que trarão demandas carinhosamente requisitadas e com o maior amor que poderiam gerar, o mais bem remunerado trabalho.

Dotz Weekend


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Texto elaborado para treinamento da Folha e Curso Abril de jornalismo - 2009

Sou Marina mas não das muito morenas. Mesmo assim, Caymmi aterrorizou meus dias pueris quando meu pai colocava durante tardes de domingo no meio de tanta música sua 'Marina Morena'. Deitava-me no chão da sala e dava uma vontade imensa de chorar. O pânico que eu tinha de ser o centro das atenções e de deixar de sê-lo tudo assim ao mesmo tempo me levava à loucura. Até que eu cresci e me apaixonei por ele, pelo Caymmi, e a música que me atordoava traz na letra uma homenagem torta e um sabor de saudade.

Eu cresci em muitos lugares, não tenho, portanto, o pedaço da minha infância em portões brancos e jardim com balanço e anões. Meus primeiros anos passei em uma casa numa rua que está na terceira margem do rio, sendo a primeira o mundo urbano e individualista das cidades, e a segunda, idealizada, o interior e sua vida arborizada, calma, silenciosa. Poucas crianças corriam nessa Cunha Gonçalves, e meus dois irmãos e eu decidimos inventar pessoas, lugares, brincadeiras e aventuras.

Mas, com dez anos ou alguma idade próxima a isso, mudamos-nos todos para o símbolo máximo da grande cidade, o condomínio fechado, e o mundo criado lá dentro era sedutor. Foram poucos anos morando no nono andar mas inesquecíveis pela quantidade inimaginável de pequenas histórias que eu carrego.

A crise chegou bastante previamente na família e fomos respirar novos ares pelos lados baianos do território brasileiro. Fizemos o caminho contrário. Morar em Salvador não foi um carnaval sem fim. Eu era uma completa estrangeira. Estado quente com um estado de espírito não muito condizente com seu clima, contrariando a impressão geral da nação. Porém, apesar de trazer a dor da adaptação acabou por se tornar quase um símbolo de resistência familiar.

Voltamos depois de um ano descansados e com desejo de metrópole. Os anos que se seguiram ensinaram o valor, alto, do dinheiro. Ensinaram com dificuldade que a cidade também consegue ser dura, má, injusta. Perdi minha fé nos universais e agarrei-me na verdade de cada interpretação.

As letras surgiram para mim como uma forma de ler para aprender a escrever. Era isso o que eu queria quando comecei a estudar os grandes. Porém, os grandes intimidam, podam e envergonham as linhas que guardo em cantos obscuros de arquivos digitais, até se tomar coragem para publicar a primeira linha. Depois da primeira linha, defenestrei tecnologicamente o tanto que pude para manter o contato com os olhos que me liam, com a cabeça que compreendia, que interpretava, com o coração que me ouvia.

Senti que podia atirar-me, desgarrada, infame, desprotegida. Atirar-me aos braços do amigo, do inimigo, do sorriso, da lágrima. Atirar-me ao riso, à dor, ao sofrimento. Apostei no infinito, libertei-me do insuportável, desagradável, do desconforto, do desaconchego. Escrever me levou à liberdade, à esperança, ao sonho. Atirei meus textos em páginas em branco. Minhas ideias desconexas e confusas ao acaso. Minhas histórias pela janela. Defenestrei-me, e assim o fiz com minhas elucubrações, minhas paixões, meus desejos.

Ironicamente, ou não, sou revisora, sou a leitora de quem todos fogem, a quem todos temem. Eu leio as palavras dos outros. E ficou um buraco com toda essa vontade, todo esse amor. Revisar é muito pouco para o que eu quero com as palavras. Minha ideia romântica traz as palavras para a ponta dos meus dedos e não para o polo extremo do meu nariz. Concluo o curso das letras este ano, e em 2010 inicio a prática de tudo o que venho teorizando, aprendendo. A língua portuguesa me está na ponta dos dedos. Sonho que ela, então, afiada na língua, desenhe curvas vistosas e próprias, que corra para o lado que meus dedos decidirem. Viver de escrever e escrever para viver.

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